Bicho Geográfico

22/07/2018

Diversos animais domésticos e silvestres podem adquirir ancilostomose assim como os humanos, mas ao transmitirem essas zoonoses (doenças que os animais passam pro ser humano) as larvas que são infectantes não conseguem completar seu ciclo de vida, pois só estão acostumadas a viver no corpo desses bichinhos.


Dessa forma, essas larvas, que não são capazes de crescer e reproduzir nesse hospedeiro realizam migrações através do tecido embaixo da pele ou nas vísceras. Essas larvas são conhecidas cientificamente como Larva migrans cutânea, Larva migrans visceral e Larva migrans ocular.


No entanto, popularmente, como você já deve ter ouvido falar, as larvas migrans cutâneas são conhecidas como "Bicho das praias" por causa da grande chance de se pegar essa doença ao entrar em contato com a areia com o pé descalçado, e também por "Bicho Geográfico", porque são aquelas larvinhas que fazem um mapa na pele do infectado.

Larva migrans cutânea (LMC)


Diferente da ancilostomose humana que é provocada pelos parasitas A. duodenale, N. americanus ou A. ceylanicum, as larvas que migram na parte em baixo da pele geralmente são A. braziliense ou A. caninum.  


Transmissão


A transmissão em humanos ocorre quando se entra em contato com o solo contaminado por fezes de animais parasitados, então as larvas penetram a pele (através de machucados ou até mesmo perfurando-a) e migram para o tecido em baixo da pele, formando alguns trajetos inflamados que dão um aspecto de contorno de um mapa na pele.  Fazendo com que a pessoa sinta muita irritação e muita coceira no local lesionado. 


Essas larvas vivem pouco no organismo e podem desaparecer após algumas semanas, pois não conseguem completar seu ciclo de vida. Não se pode transmitir essa larva de pessoa para pessoa, tornando o único meio o contato com lugares onde estão contaminados pelas fezes de animais que possuem a verminose.


A larva é mais frequente nas praias e terrenos arenosos, onde gatos e cães poluem o solo com suas fezes. E como o solo, calor e a umidade elevada favorecem o desenvolvimento das larvas, elas evoluem até se tornarem infectantes. Em algumas regiões, surtos dessa zoonose apenas acontecem nos meses do ano caracterizados por temperaturas e umidade mais altas. 


Entretanto, essas larvas podem se proliferar em qualquer lugar que favoreça suas condições, esses lugares podem ser:


Observações:


Os principais atingidos por esse tipo de zoonose são as crianças, por isso é necessário cuidados extras com a vacinação e vermifugação de seu bichinho. Geralmente essa infecção ocorre nos pés ou nas nádegas, porém também pode acometer as mãos, braços, antebraços e pernas.


Como eu sei que estou com essa zoonose?


Geralmente o diagnóstico feito é o clínico, pois os contornos que a larva migrans deixa na pele são característicos. Para facilitar o diagnóstico é importante saber se estão ocorrendo surtos de doenças nos locais onde frequenta, pois em alguns casos a doença pode ser confundida com outras doenças de pele que também causam lesões, o que faz necessário um diagnóstico que diferencie as doenças.


E agora, como eu trato?


Em alguns casos não é necessário um tratamento porque ela pode sumir espontaneamente, porém não se tem uma certeza de que ela não possa voltar algum tempo depois.


Nos casos em que isso não acontece, é indicado colocar um pouco de gelo na lesão, pois isso diminui o edema formado e também alivia a coceira. Acredita-se que essa baixa temperatura ajuda a matar o bicho geográfico, e em terapias alternativas defende-se o uso de cloreto de etila e de neve carbônica (mais conhecida como gelo seco).


Dependendo do estágio da doença é necessário o uso de anti-helmínticos e antiparasitários como o mebendazol, albendazol e tiabendazol. A ivermectina possui contraindicação a crianças menores de 5 anos e mulheres grávidas, portanto é estritamente necessário que o tratamento seja acompanhado por um médico.


Antibióticos e anti-inflamatórios são usados quando há sinais de infecção pela extensa migração das larvas.


Após alguns dias de tratamento o paciente começa a sentir uma grande melhora nos sintomas, porém não se pode parar o tratamento, deve-se seguir o tratamento à risca.

Larva migrans visceral e ocular 


A larva migrans visceral (LMV) é determinada por migrações prolongadas dessas larvas no organismo humano, no qual estão condenadas a morrer depois de ficar muito tempo nas vísceras (órgãos do corpo humano), sem poder chegar à fase adulta. 

A transmissão dessa doença é de via oral, ou seja, o hospedeiro ingere alimento e/ou água contaminados com as fezes de um animal que contém a parasitose assim fazendo com que o ovo vá para o estômago e de lá, segue para as outras vísceras.Os órgãos que são mais afetados são: o fígado, o pulmão, o cérebro, os olhos e os gânglios linfáticos. 

Assim como na larva migrans cutânea a penetração da larva pode passar despercebida, na larva migrans visceral e ocular o mesmo também ocorre, pois também não permanecem no organismo por muito tempo.

Quando essas larvas migram para o globo ocular, elas passam a ser chamadas de Larva migrans ocular (LMO). Em casos graves elas podem causar deslocamento de retina e opacificação do humor vítreo, o que causa a perda completa da visão, ou podem também formar um tumor que por ser localizado só compromete uma parte da vista.

Como eu sei que estou com essa zoonose?


O diagnóstico da doença pode ser feito pela realização de uma biopsia localizada para poder ver as larvas ou utilizar de testes sorológicos, como o ELISA.


E agora, como eu trato?



Geralmente são utilizados medicamentos anti-helmínticos e antiparasitários como o mebendazol, albendazol e tiabendazol.


A ivermectina possui contraindicação a crianças menores de 5 anos e mulheres grávidas, portanto é estritamente necessário que o tratamento seja acompanhado por um médico.


Antibióticos e anti-inflamatórios são usados quando há sinais de infecção pela extensa migração das larvas.

Após alguns dias de tratamento o paciente começa a sentir uma grande melhora nos sintomas, porém não se pode parar o tratamento, deve-se seguir o tratamento à risca.

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